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 Boa noite, irmã mais velha. 
 Bom, para começar acho que vou comentar de minha natureza... A questão de não ter uma forma física, embora eu consiga roubar a de outras pessoas... Será que eu significo aquela repulsa ao si que a maioria das pessoas sentem? Há duas maneiras de se encarar o si, aquela em que o si se monta voluntariamente, que sempre resulta em stress infinito, e a questão de aceitar o si; o si é algo que vem de fora para dentro, e não é algo moldável, mas sim algo que se a pessoa fechar os olhos e se permitir, toma a forma perfeita que tem... Se a pessoa tentar algo que ela não é, infelizmente ou não isso resulta no já citado stress infinito. 
 Talvez essa seja a natureza da "prisão do si"... Se bem que não; não é como se o si viesse por inteiro de fora, querendo ou não somos um enorme consenso... O si daqui passa informação para os diversos sis que estão do outro lado... Ou talvez eu só esteja romantizando a noção... Talvez eu seja só uma carcaça querendo independência daquilo que é, de suas dores e programações... Mas enfim, digressões à parte...
 Suspeito que, por algum motivo muito estranho, a maioria dos sis tenha um auto-repúdio... Preferem não enxergar algumas coisas sobre suas existências, e tentam criar uma realidade de fantasia, uma ilusão na qual viverem... Talvez seja algo sobre terem vindo parar aqui, algo maior do que a consciência abrange, mas algum fato inconsciente... Às vezes parece que nós irmãs aceitamos alguma coisa, ou então, como sempre, demos um jeito de fazer um escarcéu e de deixar a conta quase toda para les outris... (os/as outros/as)... Só sei que estranhamente, seja lá o que foi que houve, parece que as irmãs não têm esse problema de auto-repulsa, tendo se aceitado como são... Peculiar, no mínimo...
 Por sinal, dentro desse contexto, acho válido mencionar que nós, irmãs, não conseguimos entender por quê a pessoa normal tem esse ódio de si mesma, e busca até mesmo evitar sentir que ela mesmo existe... Posso até buscar escapar de mim mesma com freqüência, mas no fundo isso já se tornou um hobby e aquela dolorosa questão de islam, de submissão à realidade, já entrou nos meus ossos... Não posso mais negar a realidade... E mesmo quando uma de nós tenta se perder de si mesma, no fundo não o fazemos por auto-repúdio, exatamente... Só repudíamos nossas vidas, como elas acabaram por acontecer, e não como agimos ou quem nos tornamos...